10 setembro 2015

"A Arma Escarlate", Renata Ventura

"A Arma Escarlate"
Renata Ventura
Novo Século
Brochura, 485 páginas, 2012, ISBN: 9788576795445
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Sinopse:
O ano é 1997. Em meio a um intenso tiroteio, durante uma das épocas mais sangrentas da favela Santa Marta, no Rio de Janeiro, um menino de 13 anos descobre que é bruxo. Jurado de morte pelos chefes do tráfico, Hugo foge com apenas um objetivo em mente: aprender magia o suficiente para voltar e enfrentar o bandido que ameaça sua família. Neste processo de aprendizado, no entanto, ele pode acabar por descobrir o quanto de bandido há dentro dele mesmo.
Conheço a obra desde 2012, mas nunca tive um curiosidade imensa a ponto de comprá-lo e lê-lo. Primeiro, eu nem terminei todos os livros de Harry Potter, ainda e fiquei com medo de encontrar um possível spoiler nesse livro. Segundo, eu ainda temia ler livros nacionais. Eu não sabia o que perdia... Estou participando de um clube do livro, o "Vórtice Fantástico", e nele nós lemos livros de fantasia, principalmente. Foi então que no mês da literatura nacional, julho, foi escolhido esse livro, e eu amei! 

Conflitante. Brutal. Viciante. 

A história fala de Idá, um menino que vive em uma favela, onde o tráfico impera e muda a vida tanto de pessoas ativas nele como a vida de pessoas que nada tem a ver com a situação. O livro aborda o descaso do governo para com os moradores de lá, as entradas abruptas da polícia na favela e em detrimento disso, várias mortes de inocentes. Guerras dentro do próprio comando do tráfico, a falta de educação e de qualidade na rede pública e de como isso desmotiva desde a infância as pessoas que vivem dentro de um ambiente de violência, desacreditadas de boas e grandes oportunidades. Idá é só mais um garoto da favela, que vive em um conteiner com sua mãe e sua avó. 

Ele, como qualquer pessoa que se vê numa situação de extrema violência e falta de oportunidades, quer uma vida melhor, quer ter roupas boas, quer ter dinheiro, que ter uma boa condição e vê que ao seu redor, os únicos que se dão bem são os que apelam para o rumo do tráfico, da "bandidagem", como é descrito no livro. É então que Idá decide entrar no ramo do tráfico e em sua primeira noite, uma pomba lhe traz uma encomenda misteriosa, que ele achou que se tratava de uma brincadeira. Essa encomenda que chega a ele trata de convidá-lo a estudar na escola de bruxaria Notre Dame do Korkovado, ele demora um pouco para processar a ideia, mas devido à entrada da polícia na favela, Idá se vê obrigado a dar uma chance aquilo e a acreditar que seria verdade. 

Ele sai da favela e, no caminho, entrega Caiçara (um cara do tráfico que o odeia com todas as forças e só quer o fazer mal) e sofre as consequências disso depois. Chegando aos Arcos da Lapa, nº 11, ele sofre para descobrir a entrada do Sub-Saara (que é o Beco Diagonal de Harry Potter). Assim que Idá entra no mundo mágico, ele muda seu nome para Hugo Escarlate e é assim que o livro irá chamá-lo de agora em diante. Lá no Sub-Saara ele vai conseguir comprar todo o material que precisa para a escola e quando começam as aulas, tudo muito novo em um universo novo, porém, com quase a mesma decadência: falta de verba, professores não tão bons ou não tão qualificados, professores faltosos, comida ruim, etc e tal. Dá pra imaginar que Hugo vai se meter num monte de encrenca né? Ele se enturma com a galera mais popular da escola, os Pixies, e então "o poder", "a popularidade" começa a mexer com ele, pois Hugo é totalmente um anti-herói. De bonzinho ele não tem nada, mas dá pra entender o porquê dele ser do jeito que é. Resumindo, você tem que ler para saber de tudo, é muito denso pra falar de tudo por aqui. 

Os personagens desse livro são MUITO IDÊNTICOS aos personagens de Harry Potter, uma coisa que eu não tinha visto como negativa até ter conversado com outras pessoas sobre isso e ter mudado meu ponto de vista. Seria bem legal ver o universo de Harry, porém com personagens completamente diferentes, não os mesmos personagens de Harry, só que "abrasileirados". Você reconhece muito bem cada personagem do livro nos personagens da história original. Gislene como Hermione; Rudji como Snape; Zoroasta como Dumbledore; Abelardo como Draco e muitos outros personagens que você nota que são meio que cópia de H.P. e eu sinceramente achei que não precisava, parecia uma fanfiction. Hugo é o personagem melhor construído e apresenta um desenvolvimento bom na trama, ele me irrita por ser tão cabeça-dura, egoísta e violento... mas entendo que o meio em que cresceu contribuiu muito para isso. 

O design do livro é lindo, achei simples e muito bonito. A capa vermelha simbolizando a cor de Hugo e sua varinha escarlate, a varinha das varinhas, a mais rara, a das lendas. O livro tem folha pólen soft, que eu vou repetir aqui que é a minha favorita ever, gente HAHA. O livro é bem mole, o que me irritava e atrapalhava na hora da leitura, ele entortava todo e eu tinha que forçar uma posição pra ele não entortar. A leitura é gostosa, tu fica envolvido, mas vou confessar que fiquei sem entender muitas vezes o fato dos personagens serem crianças e as coisas que os envolviam serem tão violentas, fiquei imaginando o público-alvo do livro. 

Recomendo a todos que leram Harry Potter, aos que amam fantasia e aos que tem pulso firme e sangue forte para aguentarem injustiças sociais e tanta violência real apresentada no livro.


Isso é tudo, pessoal.
Beijos da Mica:*

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2 comentários:

  1. Parece ser um ótimo livro. Provavelmente irei ler, assim que a minha vontade de leitura por livros fantásticos retornar. Deu vontade de saber como a autora transformou o mundo de HP para a nossa realidade brasileira. Ah, também acho que seria bem melhor se os personagens fossem diferentes, pena que são bem a cara dos originais.

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    Respostas
    1. É um ótimo livro, sim! Garanto que vai gostar. UHSUHSAUSHASUHA

      Beijos :*

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Fortaleza, 24 anos, ariana, intensa, impulsiva, passional, empática, feminista, louca, estranha, artista, livre, mente aberta. Música, audiovisual, fotografia, artes, natureza são minhas paixões. Uma pequena mulher com grandes planos de se aventurar pelo mundo.

 

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